O homem saiu de casa,
esqueceu a chave
e o caminho de volta.
Renitente
em viver fora de si,
teimoso e insistente
em fugir do seu eixo
e de sua essência portante,
acomodou-se
em não ser ele mesmo
num temerário desconhecimento.
De fato, ele não se conhece!
Caminha a esmo,
permanentemente sem norte,
tristonho,
atrás, quem sabe, dum paraíso ilusório,
paraíso perdido.
No entanto, a vida é uma festa.
E o Pai espera com infinita paciência
a volta dos filhos.
Espreita de dentro e de fora da casa,
a casa paterna, a casa de todos .
Espera com ânsia
a hora do encontro e da festa.
E na casa do encontro, da vida e da festa
explode de repente
a música, a harmonia,
o canto e a alegria.
Quando “o filho perdido”
encontra a si mesmo,
e o caminho de volta e a razão do seu ser;
quando, confiante e humilde,
enfim aparece,
encontra no Pai o abraço afagante,
roupa nova, vida nova, banquete e o vinho da festa.
E o amor transbordante de sempre.
.E a festa se faz,
sacramentada pelo abraço do Pai e do filho
- filho antes perdido –
agora nos braços do Pai e na paz.
Frei Pierino Orlandini
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