Há cegos que querem ver,
“Senhor, que eu veja!”
E há cegos que não querem ver.
“Têm olhos e não vêem!”
Quem é cego?
E por causa duma certa cegueira
há pobres
que continuam às margens da estrada,
seres humanos feridos
pela pobreza,
machucados pela violência,
crucificados pela injustiça,
esquecidos pela doença,
simplesmente esquecidos
pela indiferença,
privados
dos mais elementares direitos.
Não somo todos “filhos da Luz
e filhos do Dia”,
do Reino da liberdade,
do amor e da paz e da harmonia,
do reino da fraternidade?
Talvez, já perdemos a visão
ou o secreto da contemplação.
E não temos mais a força
de implorar : Senhor, quero ver?
Ficamos escondidos
na sombra,
na ambigüidade de nossa rotina,
na noite de nossa cegueira,
sem perceber,
sem olhar,
sem ouvir,
sem falar
numa surda atitude inativa,
absurda.
Mas há Alguém que passa e nos diz:
O que queres que te faça?
Se admitíssemos nossa cegueira
e gritássemos do profundo da alma
nosso desejo de ver,
ouviríamos,
calma e segura e serena,
a voz de Jesus:
Quero que vejas!
E seguiríamos todos radiantes
a Luz.
Frei Pierino Orlandini
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