Distância, 
  separação,
  dura realidade
  que mexe nas dobra mais fundas do coração,
  semeando nuvens
  carregadas de espera,
  tingidas de saudade doída!
  E o tempo que para
  -demorada parada no tempo!-
  interrompe o ritmo doce da vida,
  e quente harmonia da união
  projetos e alegrias.
   
  Distância,
  um “nós” dividido,
  um bloco partido,
  mesmo que por instantes partido.
  Mas como são longos
  os instantes do “nós” dividido!
   
  Distância 
  é nostálgica espera
  do “eu” distante, tão longe,
  a imagem do “tu” tão distante,
  hetérea imagem
  que foge dos olhos
  e volta
  e tange as cordas sonoras do coração,
  em ritmo de saudade.
   
  Terminará a espera
  e as nuvens da noite
  deixarão, ao céu estrelado, lugar;
  pensadas serão as feridas
  e os silêncios, sonoros.
   
  Que voe este tempo!
  Que me leve em suas asas, fora do tempo!
  Que me leve no espaço que eu quero!
  Um dia terminará a noite,
  quando de novo oferecer-me-ás teus olhos,
  portas abertas de teus secretos mistérios,
  e tu, suavemente,
  penetrará nos segredos
  de minha alma em festa.
Pierino Orlandini
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